Scharlene Amarante

Desabrochar em si

quando eu me curo…

Ontem foi o dia de meu [re]nascimento.
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Foi lindo e intenso!
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Quando você aceita e permite que transformações acontecem para o seu bem viver, tudo simplesmente acontece…flui!

Como presente do universo fui levada para egrégora (wiccan, bruxas, mulheres curandeiras, entenda como queira…) que atende meus chamados, que eu trabalho e que pouco comento…muitos são tratados por esses seres abençoados e de puro amor e compaixão.

Tudo muito simples e em harmonia com a natureza.


Foram 21 dias enterrada com uma plantinha para nascer e desabrochar…

Ahhh e durante este tempo, passei por alguns processos e como não poderia passar?

Toda limpeza e ressignificação sendo feita e foi quando me veio…


Quando eu me curo, muitas pessoas são curadas pois fazem parte dos processos…

Quando eu me curo, fico mais consciente de minha caminhada…

Quando eu me curo, eu aprendo!

Quando eu me curo, eu me amo e esse amor reverbera…

Quando eu me curo…desabrocho!

Scharlene Amarante

Hoje uma reflexão sobre curar-se!!

Desabrochar

  1. Ato de desapertar ou romper;
  2. Ato de entreabrir ou abrir;
  3. Desabrolhar, brotar-se ou abrir-em flor;
  4. Alcançar determinado desenvolvimento;
  5. Ação de se começar a manifestar; aparecer-se ou eclodir-se;
  6. Libertar-se
foto de Scharlene vestida de cigana com a mensagem "Alma Cigana"

Minha saga cigana

…quando estive na diáspora cigana

Em minha última regressão…era uma menina indiana…com 10 anos…que emigrou da Índia no ano de 650. Acredito ser região Punjab pelas roupas e sentir no coração.

Foram 5 anos de longas caminhadas até encontrar um local para estabelecer-se e SER…mas a sensação de não saber até quando ficaríamos ali…permanecia… estávamos vivendo em Núbia (Alto Egito).

Resultado de imagem para alto egito e baixo egito

Agora me vestia como uma delas…A túnica (galabia) que eu usava era mais clara…alva..quase branca … mas os cabelos continuam soltos ao vento…isso sim!! Uma cigana na Núbia!!

Foto de o Diário de Polly que fala lindamente sobre a Núbia.

Quando partimos em caminhada, vi um “mar de pessoas” caminhando…e pouco a pouco foram dispersando-se. Nem todos resistiram, o caminho é árido e sofrido.

Alguns caminharam para um lado…outros para outro, mas não se sabia onde estavam indo…apenas caminhavam na esperança de encontrar um local para viver.

E com isso, aprendi que Lar é onde estamos e com quem estamos!

Perdi meus pais na viagem…

Partimos e eu tinha 10 anos…uma menina que atendia pessoas por onde passava…meus pais e meu grupo lucravam com isso.

"Certeza de que isso vai dar certo... ?" -- Lillith
Apenas retratando a “menina”. Imagem de flickr.com

A Dança

Me emperequetavam toda para mostrar a “menina” .

Amava dançar e ainda não sei explicar…minha dança era esperada por todos…com um “grand finale” dos atendimentos…pessoas vinham para ser atendidas e aguardavam esta dança…que me ressoa como uma “dança sagrada de Benção”. Era uma criança…mas gostava do que fazia…e eu ganhava muitas coisas…e como toda criança…gostava de ganhar!

E eu era uma menina cigana…que em breve tinha de casar…e eu não queria!!

O casamento

Consegui ardilosamente adiar até os 13 anos, mas de repente eu já era conhecida e começaram a enviar candidatos das outras tribos…e não pude mais adiar. Minha baba, alguém muito especial que me cuidava e ensinou a dançar (e que não era minha mãe)…convenceu meus pais que “se eu casasse com alguém simples da tribo” eles poderiam ainda me controlar (nos atendimentos…no receber).

E eu até pude escolher…hihihi Escolhi um amigo, lhe pedi como se alguém pede pela própria vida…antes de falarem com os pais dele…eu fui e falei escondido…”me ajuda…casa comigo“…

E ele aceitou, não era quem meus pais escolheriam, mas aqueles grandes olhos negros me acompanharam pela vida como amigo…marido e companheiro de caminhada!!

Quando meus pais morreram eu tinha um irmão mais novo, que se tornou meu filho, ele tinha 5 anos.

Aos 15 eu já era mãe, tinha 3 filhos, um deles, meu irmão que logo…logo também se tornaria adulto…casaria e teria de começar sua própria família.

Amadureci…casei…tive filhos…e sempre caminhando…uma lição de Amor e resistência…Amor…e força…Amor e liberdade…alegria de viver e muito aprendizado!!

Carrego esses registros em minha alma, os quais eu honro…agradeço…aprendo e trago comigo alguns saberes e a dança….ahhh a Dança!!

Uma saga, um relato sobre dois resgates e uma outra vida cigana onde as lembranças e a história se conversam.

Estudos históricos, linguísticos e genéticos sugerem que os romani (ciganos), emigraram do norte da atual Índia, das regiões do Punjab e Rajastão, entre os séculos VI e XI. Partiram para o Ocidente através do Afeganistão e da Pérsia, e se dividiram pelos rios orientais do Mediterrâneo. Alguns se dirigiram para norte e foram até a Europa, passando pela Turquia e outros subiram pela costa sul até o Egito.

Aprendizados

Em 02 momentos desta vida eu retornei a esta mesma vida…

A primeira vez, foi quando descobri sobre a dança e o menino dos olhos negros que me acompanhou em muitas vidas…sempre me socorrendo e cuidando de mim. Gratidão!! Tu és livre para seguir!

E recentemente retorno a mesma vida…um pouco antes…aos 10 anos e vou a frente olhar e descubro que apesar de todas as adversidades que enfrentamos, eu fui Feliz!! Gratidão Universo de Amor e Abundância!!

Espero que meus relatos continuem auxiliando a quem busca e precisa de mais explicações sobre sentir…se expressar…visualizar ou sonhar e os aprendizados que tiramos disso!! E para você que falou esses dias comigo…! ☺

logo ninfa do amor
Scharlene sentada sobre os joelhos realizando o ritual zar

RITUALIZANDO com Zar

O que podemos aprender com o ritual Zār

O Zār é um ritual religioso de cura com origem aproximada no século XVIII, realizado hoje especialmente na Etiópia, no Egito, no Sudão, na Somália e no Irã. As cerimônias se estabeleceram no Sudão nos anos 1820. Foram ilegalizadas pela lei de Shari’a em 1983, mas, ao invés de diminuir, parecem ter aumentado… continua sendo uma parte essencial dessas culturas.

Um ritual que pode ser olhado com aspectos culturais, religiosos e terapêuticos.

Na religiosidade:

“culto de cura” que usa tambores e dança em suas cerimônias.
O Zar tem referências à música e à prática africanas e do médio oriente. Este culto funciona como forma única de consolo em sociedades patriarcais rígidas e também serve como um compartilhamento de conhecimento e solidariedade social entre as mulheres.

Deixando as diferenças nos rituais de lado, com relação a quem pode participar e como acontece como um todo, o que se percebe é a harmonização dos “jins”, ou espíritos que visitam a quem pratica.

O próprio Islã sempre acreditou na existência de “espíritos”, que eles chamam de “jins”.

O mestre Zar ou líder tenta conversar com o espírito para saber o que a pessoa precisa fazer para se curar ou se pacificar com ele…A intenção não é exorcizar…e sim harmonizar!

Numa outra obervação, li que alguns eruditos discutem que o conhecido “Zar” é uma distorção do nome de um africano do Deus “Jar” um Deus do céu.

Ou então…

Zar é basicamente uma dança de espíritos ou dança religiosa, com resquício das antigas deidades africanas. As antigas deidades africanas são chefiadas por duas figuras:

  • Azuzar, ser masculino, associado a Osíris e ;
  • Ausitu, ser feminino, associado a Ísis.

E para acrescentar….

Outros acreditavam que a palavra “Zar” é derivada do termo árabe “Zor” que significa visitar por isso, dizem que o “mal” tem visitado o corpo humano.

Com olhar da expressão cultural:

Representam e identificam a cultura de alguns povos do Norte da África e Oriente Médio. Buscando fontes de informação, percebi que o Zaar assume diferentes formas de acordo onde é praticado e sofreu alterações com o passar do tempo. Por exemplo, alguns locais o Zar é feito apenas por mulheres e em outros, homens também o fazem.

No meio artístico, o ritual foi inserido ao espetáculo a partir de Nadia Gamal em 1968, Aiza Sharif em 1980.

A música zār é crua e não polida. Fala do deserto e da longa história da região. Dois instrumentos musicais caracterizam, o tamboura e o manjour. Executadas com base em ritmos monótonos e fortes, dentre os quais o Ayoub. Segundo o chefe da banda Awlad Abou al-Gheit :

“Basicamente, existem 4 ou 5 batimentos. Cada batida é diferente e cada batida tem um ritmo diferente, mesmo que a música seja a mesma.”

Nasser Abdallah, que foi entrevistado por Yasmin Mourat no Cairo em 2005.

Não é exorcismo. Não é dança de transe. É Zār
A dança inicial é de fato principalmente um arremesso de cabeça, para frente e para trás, no ritmos das batidas, enquanto o praticante caminha em círculo em torno de um altar central… Os movimentos da cabeça são acompanhados por uma flexão para a frente na cintura. Mas uma vez que a música os agarra, os participantes tendem a ficar de frente para os músicos e a se mover no lugar.

Com olhar terapêutico podemos dizer:

  • sem pensar, sem julgamentos, o transe toma conta e o movimento do pulsar do coração entra em ação e nosso Ser é sábio e sabe o que têm a dizer.
  • feito em grupo, os músicos, o líder e seus convidados em que uma pessoa (normalmente mulher) será o centro das atenções, o grupo está para amparar!
  • a completa exaustão ao fim do ritualizar-dançar faz bem, a pessoa sente-se descarregada.
  • Sua experiência e sentimentos são reconhecido como válidos
  • após a exaustão vem o processo de harmonizar a energia que foi mexida e isso acontece naturalmente.
  • passa pela fase de observação de si (meditação ou reflexão).
  • em seguida, observa-se uma força para (re)começar a vida!
  • cria-se uma união no grupo, companheirismo, a partilha e a nutrição.

Indicado como relaxamento e prática de cura que acessa emocional, mental e espiritual para pessoas estressadas, frustradas ou com problemas. Purificador!
Trabalha o grupo, pois que está ali, faz parte do processo de cura e isso altera suas percepções significativamente.

O Zar traz à tona os males dentro de nós. Isso traz à tona a depressão e a ansiedade. Toda cultura tem um zar.

Nasser Mohammed Abdallah

Agora que você entendeu um pouco sobre Zar, compartilho minha experiência! Após meu contato inicial com Zar em 2017, foi a primeira vez que gravei e me vi ritualizando…sem julgamentos…só o SENTIR! Não teve um grande grupo e nem músicos ao vivo…

Agradeço a Thamirys Castilho que gravou e teve a sensibilidade de me amparar no processo de retorno ao meu “Templo de Ser”.

E se você ainda não leu, no link abaixo compartilho minha experiência inicial com Zar:
http://ninfadoamor.com.br/zaar-muito-mais-que-simples-ritual/

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