Existem várias formas de se conectar, mas particularmente eu escolhi a Dança!!
O giro Sufi é uma prática da Mevlevi, os Derviches Rodopiantes.
Quem iniciou essa prática de conexão com o Sagrado foi Mawlana Jalalad-Din Muhammad Rumi.
Essa cerimônia é chamada de Sema e vem sendo realizada desde a morte de Rûmî.
O Sufismo é a vertente mística do Islamismo.
Sempre busquei práticas de conexão com o Sagrado e o giro sufi com toda a simbologia e amor é onde deixo de existir…é tão sutil e tão profundo ao mesmo tempo.
Ao meu sentir vai além da meditação e oração. Deixamos de ser um para ser o todo!
“O que foi dito a rosa que a fez abrir foi dito para mim aqui no meu peito”.
Conheça a prática
Na prática do giro, o aspirante deixa o pé esquerdo ancorando a conexão com a Terra e o direito impulsionando o movimento circular que, no tempo-espaco que acontece, eleva o Ser à ascensão.
A medida que o giro acontece, a veste branca, (no meu caso, adaptei para uma saia), se abre como uma flor, levantando sua roda em direção ao céu.
Os gestos das mãos possuem significados, ora de receber benção divina, ora espalhar!
Assim, de forma simples e profunda, o Sama, proporciona um ancoramento do indivíduo na terra e seu estiramento em direção ao céu, e de acordo com os sufis de “estar no mundo, sem ser do mundo”.
Um cheiro da 🌹 Scharlene Amarante, a Ninfa do Amor
Hoje quero compartilhar algo que sinto: o poder do giro em minha dança e vida!!
Quando compartilhei sobre o curso de aprofundamento que fiz, contei minha experiência e percepções sobre Danza Duende, Zaar e os Giros e é sobre essa meu olhar para as danças mais consideradas ritualísticas e religiosas.
Os giros são elementos muito utilizados como forma de entrar em transe… transcender…atingir o inatingível…ou literalmente viajar.
Neste momento separei três expressões em que os giros são portas de acesso ao Divino.
UMBANDA
Buscando a referência nacional, na Umbanda a gira (ou jira) vem da palavra em quimbundo nijra, que significa “caminho”, “rota” ou “via”.
Do olhar de quem pratica, a gira é a jornada que levará a pessoa a ter o contato as entidades da Umbanda, ou seja, os giros em si são os caminho para esta experiência divina.
Do olhar de quem assiste é uma entrega, em forma de ritual dizer “Estou a serviço”, pois são as pessoas que estão ali girando no momento que são os médiuns, que em momento posterior atendem as pessoas.
Precisa de entrega, um desprender-se de si para alcançar algo Maior, neste caso, os Orixás.
BRUXAS – WICCAS – CURANDEIRAS – MULHERES DE SI
Desde sempre as mulheres rodopiam…os registros antigos são nórdicos…eslavos…celtas…gaélicos..saxões…tenho certeza que Bruxas sempre existiram em todos os lugares!!
Cada lado que se ritualiza em giro têm um significado e fica aqui uma reflexão se você vai seguir livros…registros e ensinamentos ou lembrar que estamos posicionados cada um a sua posição em hemisférios…lembrar que tudo é energia e pensar em quais sintonias que ressoam com seu Ser.
O giro…o círculo serve para abrir…fechar…transcender!
SAMA, O RITUAL DERVIXE
Prática dos dervixes rodopiantes se transformou em um ritual.
Sama significa “escuta” e é hoje uma cerimônia Sufi praticada pelos dervixes, que representa a jornada mística da evolução espiritual do homem rumo à perfeição. Os dervixes são conhecidos devido à sua célebre prática do rodopio, como forma de dhikr (lembrança de Deus). O Sama é considerado:
“um meio de liberar a energia espiritual”, ou seja, de “permitir que a parcela de luz divina que jaz adormecida no místico, desperte, unindo-se à sua semelhante, no Cosmos”.
Eles giram da esquerda para a direita para energizar os chakras e estabelecer uma conexão, ou comunhão, com o divino. Não à toda, dervixe significa “porta”, ou “passagem”.
O coração (qalb) é o centro em torno do qual os dervixes giram.
Sua purificação é parte do caminho sufi e conduz – quando o espírito triunfa sobre as tendências negativas da alma (nafs) – ao desvelamento do “olho do coração” (ayin al-qalb). Nele se desenvolve um embrião – como uma pérola em sua concha – de origem mística que dará origem ao “verdadeiro eu” do indivíduo (latifa anâiya).
Confesso que sou apaixonada pelo giros dervixes!
Abaixo, apenas um compartilhar de um momento único…afinal são sempre únicos!!