Vamos falar e pensar um pouquinho sobre “Ser Bruxa” e o que carregamos em nossa memória ancestral., mas antes vamos lembrar que nos dias de hoje, chega próximo ao dia 31 de Outubro e parece que todo mundo vira bruxa e devi ao “Halloween” Norte Americano inúmeras abóboras enfeitadas e enfeitiçadas, muito tons de preto e roxo surgem com sendo uma prerrogativa de ser bruxa, o que eu sinceramente não entendo como tal e não me recordo assim.
Um delas fui queimada viva numa fogueira…em outra fugi da França, desta vez não quis ser queimada 😀 e vim parar no Brasil…em Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis – SC…mas essas histórias ficam para outra oportunidade de compartilhar…
Hoje vou contar uma história linda e triste…mas real para quem acredita em outras vidas! e se você não acredita…apenas pense como uma boa história e continuemos, cada um com sua verdade!!
Eu sempre me senti sozinha…uma solidão que eu não sabia da onde vinha e sempre soube que sou diferente…ahhh isso soube desde criança…
E quando fui investigar e tratar essa solidão…lá fui eu para uma casinha onde eu sempre via…agora chega de spoiler e vamos a história.
Foi durante um processo de hipnose, onde hoje, para que minhas lembranças sejam acompanhadas também por outro profissional, dando mais veracidade em meu relatos, a hipnoterapeuta Vera Cristina me conduz no processo.
Me vi como uma menina que foi abandonada na floresta, acho que tinha uns 10 anos, fui sendo levada pelo Mãe Natureza até um casebre que havia sido preparada por aqueles que me abandonaram…
Logo achei o casebre me instalei ali…fui ficando pensando que viriam me buscar…e o tempo foi passando…passando e nada…eu era uma menina…logo fui interagindo com os animais e fazendo amizade, uma criança pura como todas e assim a floresta foi me adotando…eu tinha alimentos, água e comia flores, frutas e plantas…testava de tudo…menos os animais…estes eram meu amigos e eu não comia amigos!
Me vi testando uma planta…eu sempre mordiscava e esperava para ver se dava reação…ahhh e aquela plantinha deu reação…eu tremilicava de tudo que é tipo…e assim ia aprendendo sobre as plantas e seus frutos.
O tempo foi passando e a menina (no caso eu) foi crescendo e logo percebeu que a lenha nunca acabava, mas como assim?!! e decidiu investigar…
Ahh esqueci de contar que com o tempo minhas roupas foram se estragando, afinal eu anda na mata…e assim..eu fazendo sapato de folhas e tudo o que podia inventar…
e retornando a investigação da lenha…vi um homem trazendo a lenha, sempre deixava próximo a casa e ia embora…resolvi seguir aquela sombra que nunca chegava perto…e quando segui…cheguei a casa de meus pais que haviam me abandonado…eu vi minha mãe e minha irmã, lindas, com vestidos, pareciam perfumadas e felizes e eu ali…quase sem roupas, maltrapilha, toda desgrenhada…foi um choque…eu me olhava e olhava para elas…e chorava…meu pai me viu…e eu sai correndo…sem entender o porquê não me queriam perto, o porquê haviam me abandonado a própria sorte…
No outro dia…eu sempre fazia minhas andanças pela floresta, em busca de alimentos e quando retornei a lenha já estava lá e um lindo vestido pendurado e eu entendi que ali seria minha vida…eu havia crescido e já era uma moça…
Com o tempo fui esquecendo a fala…afinal não tinha com quem conversar, meu mundo passou a ser grunidos, barulhos que eu fazia para me comunicar com meus amigos animais e que nesse momento eu já tinha uma serpente num galho dentro de casa…uma coruja que havia adotado o telhando e não sei se eram esquilos..ratos ou algum tipo de pequenos animais peludinho que moravam comigo.
Eu descobri o caminho da aldeia mais próxima e logo comecei a levar minhas compotas de doces e geleias para trocar por coisas que precisava, só que a comunicação sempre foi uma grande dificuldade em minha vida…eu entendia tudo, mas já não falava…então o jeito era mostrar o que eu queria.
Uma conhecedora de plantas e seus frutos e ervas foi o que me tornei.
Até que uma noite de chuva, parou uma tropa de cavalheiros querendo se abrigar da chuva, foi difícil nos entendermos e eu vi com eles me olhavam, como medo daquela figura estranha e quando me percebi…minhas mãos estava escuram, negras, parecia que tinha matado muitos bichos quando na verdade era manchas de tanto me alimentar de mirtilo e assim estavam meus dentes e bocas…tudo enegrecido de mirtilos…
Quando ele foram embora, o rapaz me deu um saco de moedas e eu não queria moedas, logo apontei para as roupas…e ele se surpreendeu, mas vendo as minhas roupas entendeu que era verdade e uma necessidade e despiu-se entregando a camisa e calça.
Enquanto os demais foram rindo da atitude do nobre rapaz, ele foi pensativo na figura que acabara de conhecer.
No outro dia, eu fui correndo ao riacho me olhar e vi…o quando a minha aparência era feia e estranha aos olhos dos outros…me esfreguei tanto naquele dia para ver se saiam as manchas, mas estas já faziam parte de meu ser.
E por surpresa em alguns dias, retorna o rapaz com novas peças de roupas para me dar e em troca ele queria uma de minhas “poções”, era para alguém doente e ele queria saber se eu conseguia ajudar…assim foi nascendo nossa amizade.
Sempre que alguém precisava de algo de mim…era ele que buscavam, o que conseguia se entender comigo e eu fui ganhando roupas, instalaram uma tina e ele me ensinou a tomar banho nela…ganhei tachos (panelas), enfim, minha vida ficou mais fácil!
Assim virei a curandeira da comunidade e de muitos…, aquela que todos sabiam que existia, que estava lá, mas que poucos se atreviam a chegar perto, mas que sempre que precisavam se serviam das poções e doas remédios feitos. Uma vida à serviço da humanidade!
Ahhh um detalhe, eu passei a vida com roupas masculinas, aquele vestido ficou esperando o amor que nunca se fez…e quando eu percebi isso, que ficaria sozinha, a tristeza foi grande, cheguei a adoecer, eu via as donzelas e depois as mesmas com famílias…o tempo sendo o senhor de todos…
Mas tive um grande amigo que foi o nobre cavalheiro que sempre me visitava em suas andanças ou quando lhe era incumbido algum pedido de cura para que eu fizesse.
No final me vi triste, solitária…e enjoada de sopa de mirtilos, mas comendo pois eles me serviam e afinal as pessoas morriam e eu continuava ali…numa época remota, me vi morrendo aos 65 anos, provavelmente achavam que eu era imortal…rss
O que aprendi
Bem, quando me colaram olhar de fora, eu vi que minha família teve de optar a me deixar com eles e talvez eu ser levada por eu apresentar “sinais” de ser bruxa ou garantir minha vida me deixando longe dos olhos de todos e foi o que fizeram. Foi o que puderam e souberam fazer naquele momento.
Aprendi que uma imagem de uma bruxa com dentes e roupas enegrecidas, pode ser apenas mirtilos.
Aprendi que amizades verdadeiras nascem sob qualquer circunstâncias.
Aprendi que cada um vem com sua missão e eu cumpri a minha.
Com relação ao sentimento de solidão eu me tratei.
Com relação a comunicação, eu fui nesta vida uma criança mais elemento ar, mais fechada, mas hoje uso minha sabedoria e minhas histórias para auxiliar outras pessoas que se achem estranhas…diferentes…assim como eu me via quando criança.
Nessa vida trouxe a lembrança e a facilidade com as plantas, sou fitoterapeuta (leia-se também bruxa).
O amor pelos animais, permanece, e continuo não comendo amigos!
Ser Essência
Quando olhar para histórias de bruxas, deixe o preconceito de lado e lembre-se das perseguições que aqueles que se diziam em nome de Deus provocaram…lembre-se do medo do desconhecido, mas recorda-te de as aparências enganam, que nem tudo que reluz é outro e que na simplicidade pode-se haver grandes tesouros.
Somos bruxas…bruxos…magos…ninfas e elfos, quando praticamos o não julgamento e nos permitimos simplesmente “Ser” e deixamos fluir com naturalidade a nossa intuição, nossos dons e a nossa personalidade.
Hoje, que nosso ritual seja de resgate e de autoafirmação da essência divina do SER.
As mulheres se mantiveram sempre muito mais em contato com o Divino ou intuição que os homens, elas foram protagonistas de muitas histórias com a minha e de muitas outras…
Quando uma mulher se levanta e se diz bruxa, ela honra sua história, ela sabe o porquê está dizendo e porque tempos remotos de se esconder já se foram!!
Esse compartilhar é em reverência a todas aquelas que já despertaram e um chamado aquelas que ainda estão para despertar! Que as novas gerações sejam abençoadas e que tragam consigo as lembranças e emoções já curadas e a sabedoria de todas as ancestrais!
Se você gostou, compartilha com uma amiga, vamos levantar umas as outras 🌹
Um cheiro da 🌹 Scharlene Amarante, a Ninfa do Amor
O Zār é um ritual religioso de cura com origem aproximada no século XVIII, realizado hoje especialmente na Etiópia, no Egito, no Sudão, na Somália e no Irã. As cerimônias se estabeleceram no Sudão nos anos 1820. Foram ilegalizadas pela lei de Shari’a em 1983, mas, ao invés de diminuir, parecem ter aumentado… continua sendo uma parte essencial dessas culturas.
Um ritual que pode ser olhado com aspectos culturais, religiosos e terapêuticos.
Na religiosidade:
“culto de cura” que usa tambores e dança em suas cerimônias. O Zar tem referências à música e à prática africanas e do médio oriente. Este culto funciona como forma única de consolo em sociedades patriarcais rígidas e também serve como um compartilhamento de conhecimento e solidariedade social entre as mulheres.
Deixando as diferenças nos rituais de lado, com relação a quem pode participar e como acontece como um todo, o que se percebe é a harmonização dos “jins”, ou espíritos que visitam a quem pratica.
O próprio Islã sempre acreditou na existência de “espíritos”, que eles chamam de “jins”.
O mestre Zar ou líder tenta conversar com o espírito para saber o que a pessoa precisa fazer para se curar ou se pacificar com ele…A intenção não é exorcizar…e sim harmonizar!
Numa outra obervação, li que alguns eruditos discutem que o conhecido “Zar” é uma distorção do nome de um africano do Deus “Jar” um Deus do céu.
Ou então…
Zar é basicamente uma dança de espíritos ou dança religiosa, com resquício das antigas deidades africanas. As antigas deidades africanas são chefiadas por duas figuras:
Azuzar, ser masculino, associado a Osíris e ;
Ausitu, ser feminino, associado a Ísis.
E para acrescentar….
Outros acreditavam que a palavra “Zar” é derivada do termo árabe “Zor” que significa visitar por isso, dizem que o “mal” tem visitado o corpo humano.
Com olhar da expressão cultural:
Representam e identificam a cultura de alguns povos do Norte da África e Oriente Médio. Buscando fontes de informação, percebi que o Zaar assume diferentes formas de acordo onde é praticado e sofreu alterações com o passar do tempo. Por exemplo, alguns locais o Zar é feito apenas por mulheres e em outros, homens também o fazem.
No meio artístico, o ritual foi inserido ao espetáculo a partir de Nadia Gamal em 1968, Aiza Sharif em 1980.
A música zār é crua e não polida. Fala do deserto e da longa história da região. Dois instrumentos musicais caracterizam, o tamboura e o manjour. Executadas com base em ritmos monótonos e fortes, dentre os quais o Ayoub. Segundo o chefe da banda Awlad Abou al-Gheit :
“Basicamente, existem 4 ou 5 batimentos. Cada batida é diferente e cada batida tem um ritmo diferente, mesmo que a música seja a mesma.”
Nasser Abdallah, que foi entrevistado por Yasmin Mourat no Cairo em 2005.
Não é exorcismo. Não é dança de transe. É Zār A dança inicial é de fato principalmente um arremesso de cabeça, para frente e para trás, no ritmos das batidas, enquanto o praticante caminha em círculo em torno de um altar central… Os movimentos da cabeça são acompanhados por uma flexão para a frente na cintura. Mas uma vez que a música os agarra, os participantes tendem a ficar de frente para os músicos e a se mover no lugar.
Com olhar terapêutico podemos dizer:
sem pensar, sem julgamentos, o transe toma conta e o movimento do pulsar do coração entra em ação e nosso Ser é sábio e sabe o que têm a dizer.
feito em grupo, os músicos, o líder e seus convidados em que uma pessoa (normalmente mulher) será o centro das atenções, o grupo está para amparar!
a completa exaustão ao fim do ritualizar-dançar faz bem, a pessoa sente-se descarregada.
Sua experiência e sentimentos são reconhecido como válidos
após a exaustão vem o processo de harmonizar a energia que foi mexida e isso acontece naturalmente.
passa pela fase de observação de si (meditação ou reflexão).
em seguida, observa-se uma força para (re)começar a vida!
cria-se uma união no grupo, companheirismo, a partilha e a nutrição.
Indicado como relaxamento e prática de cura que acessa emocional, mental e espiritual para pessoas estressadas, frustradas ou com problemas. Purificador! Trabalha o grupo, pois que está ali, faz parte do processo de cura e isso altera suas percepções significativamente.
O Zar traz à tona os males dentro de nós. Isso traz à tona a depressão e a ansiedade. Toda cultura tem um zar.
Nasser Mohammed Abdallah
Agora que você entendeu um pouco sobre Zar, compartilho minha experiência! Após meu contato inicial com Zar em 2017, foi a primeira vez que gravei e me vi ritualizando…sem julgamentos…só o SENTIR! Não teve um grande grupo e nem músicos ao vivo…
Agradeço a Thamirys Castilho que gravou e teve a sensibilidade de me amparar no processo de retorno ao meu “Templo de Ser”.