bailarina girando

Os giros nas danças ritualísticas e religiosas

COMO GIRAR TE AJUDA?!!!

Hoje quero compartilhar algo que sinto: o poder do giro em minha dança e vida!!

Quando compartilhei sobre o curso de aprofundamento que fiz, contei minha experiência e percepções sobre Danza Duende, Zaar e os Giros e é sobre essa meu olhar para as danças mais consideradas ritualísticas e religiosas.

Os giros são elementos muito utilizados como forma de entrar em transe… transcender…atingir o inatingível…ou literalmente viajar.

Neste momento separei três expressões em que os giros são portas de acesso ao Divino.

UMBANDA

Buscando a referência nacional, na Umbanda a gira (ou jira) vem da palavra em quimbundo nijra, que significa “caminho”, “rota” ou “via”.

Do olhar de quem pratica, a gira é a jornada que levará a pessoa a ter o contato as entidades da Umbanda, ou seja, os giros em si são os caminho para esta experiência divina.

Do olhar de quem assiste é uma entrega, em forma de ritual dizer “Estou a serviço”, pois são as pessoas que estão ali girando no momento que são os médiuns, que em momento posterior atendem as pessoas.

Precisa de entrega, um desprender-se de si para alcançar algo Maior, neste caso, os Orixás.

BRUXAS – WICCAS – CURANDEIRAS – MULHERES DE SI

Desde sempre as mulheres rodopiam…os registros antigos são nórdicos…eslavos…celtas…gaélicos..saxões…tenho certeza que Bruxas sempre existiram em todos os lugares!!

Cada lado que se ritualiza em giro têm um significado e fica aqui uma reflexão se você vai seguir livros…registros e ensinamentos ou lembrar que estamos posicionados cada um a sua posição em hemisférios…lembrar que tudo é energia e pensar em quais sintonias que ressoam com seu Ser.

O giro…o círculo serve para abrir…fechar…transcender!

SAMA, O RITUAL DERVIXE

Prática dos dervixes rodopiantes se transformou em um ritual.

Sama significa “escuta” e é hoje uma cerimônia Sufi praticada pelos dervixes, que representa a jornada mística da evolução espiritual do homem rumo à perfeição. Os dervixes são conhecidos devido à sua célebre prática do rodopio, como forma de dhikr (lembrança de Deus). O Sama é considerado:

“um meio de liberar a energia espiritual”, ou seja, de “permitir que a parcela de luz divina que jaz adormecida no místico, desperte, unindo-se à sua semelhante, no Cosmos”.

Eles giram da esquerda para a direita para energizar os chakras e estabelecer uma conexão, ou comunhão, com o divino. Não à toda, dervixe significa “porta”, ou “passagem”.

O coração (qalb) é o centro em torno do qual os dervixes giram.


Sua purificação é parte do caminho sufi e conduz – quando o espírito triunfa sobre as tendências negativas da alma (nafs) – ao desvelamento do “olho do coração” (ayin al-qalb). Nele se desenvolve um embrião – como uma pérola em sua concha – de origem mística que dará origem ao “verdadeiro eu” do indivíduo (latifa anâiya).

Confesso que sou apaixonada pelo giros dervixes!

Abaixo, apenas um compartilhar de um momento único…afinal são sempre únicos!!

logo ninfa do amor

zar, muito mais que simples ritual

QUANDO FUI TOCADA PELO “ZAR”

Ainda sinto a emoção ao recordar-me do dia em que fui “tocada” pelo Zar. Estava tendo aulas de dança vivencial com Paula Ferreira quando ela percebeu minha dificuldade em lidar com a terra, pois sempre fui mais do ar…ou estava mais no ar naquele momento…

E então ela colocou a música…nossa sinto forte até agora…em primeiro momento o quanto me incomodou…senti raiva e ela dizia….”coloca para fora”…e eu coloquei!!

Em primeiro momento me senti meio fera…como se algo forte habitasse meu Ser. Foi então que entrei no “zar” de corpo e alma, deixei fluir…e coloquei para fora tudo o que havia para colocar…

Começou com um pulsar forte dentro de mim…comecei a balançar o corpo de um lado para outro, baixei a cabeça e quando vi já estava ajoelhada jogando a cabeça de um lado para outro com tamanha força que nem sei explicar…

Não conhecia Zar, literalmente fiz o ritual…e foi libertador!!! Surreal foi como o descrevi naquele dia.

Abaixo compartilho um trechinho desse dia, tão forte e intenso que gravei na memória, dia de 10 Julho de 2017.

Após esse dia eu inclui Zar em minha vida!

uma experiência marcante

O que significou este ritual em minha vida

Quando fui tocado pelo ritual houve uma recordação, isso já fazia parte de meu Ser, ou seja, eu já tinha ritualizado Zar em outras vidas!

É como simplesmente eu soubesse o que fazer e principalmente minha alma entendia o porquê estava fazendo…não…não dancei zaar…eu faço o ritual…me entrego!!

E como tudo que é diferente a primeira vista causa estranheza…eu quis muito fazer o ritual num Sarau que ia participar, porém não foi possível. Minhas próprias colegas de dança não conseguiam entender Zar. A professora responsável pela Casa de Dança não entendia Zar e todos ficaram com medo do que poderia acontecer em minha apresentação…

Eu é claro sabia o que poderia acontecer…um lindo ritual de entrega de emoções, de purificação e força, pois é isso que Zaar me proporciona.

Hoje entendo porque não foi aquele momento, pois Zaar pertencia a minha vida e não a delas…e foi isso…simples assim!!!

ZAR , o ritual

Zār é um ritual religioso de cura com origem aproximada no século XVIII, realizado hoje especialmente na Etiópia, no Egito, no Sudão, na Somália e no Irã.

As cerimônias de Zar se estabeleceram no Sudão nos anos 1820. Foram ilegalizadas pela lei de Shari’a em 1983, mas, ao invés de diminuir, parecem ter aumentado. Apesar do Zar ser tecnicamente proibido pelo Islã, ele continua a ser parte essencial dessas culturas.

Pesquisei com dois colegas, um Sírio e um Marroquino e ambos me falaram que ainda existem rituais como este em seus países.

Diferentemente do que é falado, Zar não é um exorcismo!!

O ritual Zār é uma experiência purificante!

Para que o faz é uma experiência “surreal” como já falei…o rítmo que acelera conduz ao mesmo tempo que para um estado alterado de consciência e você extrapola todos os sentidos e sentimentos até a música acabar e você sair do transe ao mesmo tempo exauta porém leve e renovada.

No Zar a mulher que vai ritualizar é o centro das atenções e recebe toda assistência necessária. Não há julgamentos para quem faz, pois são emoções sendo expurgadas…vividas e pacificadas e todos os sentimentos são válidos neste processo.

Olhando como forma de expressão, Zar permite movimentos livres, puros e totalmente espontâneos e como conexão,
assim como os Giros derviches ou a Danza Duende, nos permite ir de forma profunda visitar nosso interior e o Sagrado.

O efeito terapêutico fiva evidenciado para que já o fez.

Compartilho aqui dois pequenos documentários para quem deseja saber mais… com todo meu amor e respeito pela cultura e ritualística de Zār .

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As tradições e as danças culturais

Scharlene Amarante no Sarau Cultural em Florianópolis – SC

Quando dançamos estamos trazendo elementos de um povo, suas tradições, seu modo de pensar e agir estão ali, codificados na dança.

As danças que remetem tradições podem ser olhadas sobre vários contextos.

A história, a geografia humana, suas produções enquanto arte, o modo de trajar, até a gastronomia aparece em dança…um olhar cultural, antropológico para além dos que os olhos querem ver…precisa sentir!

É uma imersão na arte e cultura de um povo.

Quando vestimos as roupas, sabemos o significado.

Quando reproduzimos este ou aquele movimento, sabemos o significado.

Quando iniciei nas danças, já foi através das danças orientais, pois queria dançar como as mulheres árabes.

Retornei e agora o universo das danças ciganas também se abrem.

Quanta riqueza! Agora além de lembrar das vidas ciganas e ver tarô, eu danço!

Não é apenas dança, você começa a olhar tudo, entender mais e respeitar.

Participando como bailarina no Sarau Cultural Casa Z.

  • Levamos dança circular cigana com professor Jhow Mercúrio.
  • Uma dança cigana circular da Macedônia, Indjski Cocek com a professora Sayonara Linhares.
  • Também dancei um Baladi em Danças Orientais com a professora jóia do nilo Paula Ferreira.

Faltou meu Zar que amo, mas não foi possível desta vez. Este é uma ritualística que venho me sintonizando, foi uma descoberta da minha alma…outra coisa que já fazia em outra vida…mas me reconectando…um aprendizado profundo! Já publiquei uma fotinho aqui!

Zar é a liberação dos sentidos! Ninfa do Amor

Meu retorno a dança me fez muito bem! Super recomendo! E logo estarei dando aulas!!

Um cheiro da 🌹 Scharlene Amarante, a Ninfa do Amor

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