…quando estive na diáspora cigana
Em minha última regressão…era uma menina indiana…com 10 anos…que emigrou da Índia no ano de 650. Acredito ser região Punjab pelas roupas e sentir no coração.
Foram 5 anos de longas caminhadas até encontrar um local para estabelecer-se e SER…mas a sensação de não saber até quando ficaríamos ali…permanecia… estávamos vivendo em Núbia (Alto Egito).
Agora me vestia como uma delas…A túnica (galabia) que eu usava era mais clara…alva..quase branca … mas os cabelos continuam soltos ao vento…isso sim!! Uma cigana na Núbia!!
Quando partimos em caminhada, vi um “mar de pessoas” caminhando…e pouco a pouco foram dispersando-se. Nem todos resistiram, o caminho é árido e sofrido.
Alguns caminharam para um lado…outros para outro, mas não se sabia onde estavam indo…apenas caminhavam na esperança de encontrar um local para viver.
E com isso, aprendi que Lar é onde estamos e com quem estamos!
Perdi meus pais na viagem…
Partimos e eu tinha 10 anos…uma menina que atendia pessoas por onde passava…meus pais e meu grupo lucravam com isso.
A Dança
Me emperequetavam toda para mostrar a “menina” .
Amava dançar e ainda não sei explicar…minha dança era esperada por todos…com um “grand finale” dos atendimentos…pessoas vinham para ser atendidas e aguardavam esta dança…que me ressoa como uma “dança sagrada de Benção”. Era uma criança…mas gostava do que fazia…e eu ganhava muitas coisas…e como toda criança…gostava de ganhar!
E eu era uma menina cigana…que em breve tinha de casar…e eu não queria!!
O casamento
Consegui ardilosamente adiar até os 13 anos, mas de repente eu já era conhecida e começaram a enviar candidatos das outras tribos…e não pude mais adiar. Minha baba, alguém muito especial que me cuidava e ensinou a dançar (e que não era minha mãe)…convenceu meus pais que “se eu casasse com alguém simples da tribo” eles poderiam ainda me controlar (nos atendimentos…no receber).
E eu até pude escolher…hihihi Escolhi um amigo, lhe pedi como se alguém pede pela própria vida…antes de falarem com os pais dele…eu fui e falei escondido…”me ajuda…casa comigo“…
E ele aceitou, não era quem meus pais escolheriam, mas aqueles grandes olhos negros me acompanharam pela vida como amigo…marido e companheiro de caminhada!!
Quando meus pais morreram eu tinha um irmão mais novo, que se tornou meu filho, ele tinha 5 anos.
Aos 15 eu já era mãe, tinha 3 filhos, um deles, meu irmão que logo…logo também se tornaria adulto…casaria e teria de começar sua própria família.
Amadureci…casei…tive filhos…e sempre caminhando…uma lição de Amor e resistência…Amor…e força…Amor e liberdade…alegria de viver e muito aprendizado!!
Carrego esses registros em minha alma, os quais eu honro…agradeço…aprendo e trago comigo alguns saberes e a dança….ahhh a Dança!!
Uma saga, um relato sobre dois resgates e uma outra vida cigana onde as lembranças e a história se conversam.
Estudos históricos, linguísticos e genéticos sugerem que os romani (ciganos), emigraram do norte da atual Índia, das regiões do Punjab e Rajastão, entre os séculos VI e XI. Partiram para o Ocidente através do Afeganistão e da Pérsia, e se dividiram pelos rios orientais do Mediterrâneo. Alguns se dirigiram para norte e foram até a Europa, passando pela Turquia e outros subiram pela costa sul até o Egito.
Aprendizados
Em 02 momentos desta vida eu retornei a esta mesma vida…
A primeira vez, foi quando descobri sobre a dança e o menino dos olhos negros que me acompanhou em muitas vidas…sempre me socorrendo e cuidando de mim. Gratidão!! Tu és livre para seguir!
E recentemente retorno a mesma vida…um pouco antes…aos 10 anos e vou a frente olhar e descubro que apesar de todas as adversidades que enfrentamos, eu fui Feliz!! Gratidão Universo de Amor e Abundância!!
Espero que meus relatos continuem auxiliando a quem busca e precisa de mais explicações sobre sentir…se expressar…visualizar ou sonhar e os aprendizados que tiramos disso!! E para você que falou esses dias comigo…! ☺